EXPERIÊNCIA DE COLHEITA DE LÚPULO
Qualquer viagem começa antes da própria viagem. As motivações criam expetativas, que por sua vez, despertam sensações. Quando a experiência supera as expetativas, a viagem nunca acaba, permanece na memória e enriquece a cultura do viajante.
A ´Experiência de Colheita de Lúpulo’, organizada anualmente pela Super Bock Casa da Cerveja, é uma ´viagem´ singular dedicada à partilha da arte e da ciência cervejeira, à valorização da produção nacional e de uma cultura de proximidade e conhecimento. “O balanço é muito positivo. Realizámos em Bragança, no passado mês de setembro, a 2ª edição com resultados que nos motivam a continuar a fazer a diferença: do entusiasmo dos participantes à genuinidade e orgulho do proprietário em mostrar a Plantação de Lúpulo e partilhar o saber de gerações”, destaca Rodrigo Dahl, Super Bock Casa da Cerveja.
Do que aprendemos com a iniciativa, afinal que terreno em comum tem a colheita de Lúpulo com qualquer outra forma de arte? A essência da arte em si: uma paixão natural e imersiva.
“TER ESTE PRIVILÉGIO É POUCO COMUM EM PORTUGAL E OS PARTICIPANTES VALORIZAM”
É uma experiência social, descontraída e única, aberta ao público em geral, onde todos os presentes partilham um gene similar: a curiosidade ou o gosto pela cerveja. “Nesta 2ª edição participaram desde produtores de cerveja artesanal, profissionais na área da gastronomia, um mestre chocolateiro e gentes locais de Bragança, curiosos por conhecerem a plantação de Lúpulo”, sublinha o responsável.
O programa celebra uma cumplicidade entre os participantes, o Super Bock Group e a indústria cervejeira. “As pessoas conhecem a plantação, privam com os responsáveis por detrás do processo. A comunhão de valores, a empatia e o envolvimento cultivam a humanização da marca.”
De um ponto de vista teórico, “partilhamos a história do Lúpulo, a sua importância na cerveja, os tipos de Lúpulo, os principais locais onde são produzidos, nacional e internacionalmente, entre outras curiosidades.” Numa perspetiva prática, a proposta é arregaçar mangas e pôr mãos à obra em plena plantação: “o objetivo é levar cada pessoa a fazer a colheita, a tocar na planta e senti-la, a entender o processo de recolha e ripagem do Lúpulo – a separação entre a flor do Lúpulo e a planta”, com olhos postos numa colheita a acontecer naquele exato momento.
“Ao longo do tempo, o trabalho manual deu lugar às máquinas, mas a inevitabilidade do tato com a flor do Lúpulo, sentindo os aromas e essência deste ingrediente da cerveja, é o verdadeiro prazer para os sentidos nesta experiência. Ter este privilégio é pouco comum em Portugal e é algo que os participantes valorizam muito. As pessoas gostam imenso da iniciativa pelo conceito ´terra à terra´”, afirma Rodrigo Dahl.
A ação termina com um momento de convívio e harmonização.
A FLOR DE LÚPULO
O Lúpulo é um dos ingredientes essenciais na produção da bebida alcoólica mais popular do mundo, para além da água, malte e levedura. É uma planta trepadeira, com o nome científico de Humulus Lupulus, que produz uma flor que, depois de seca, é responsável pelo sabor amargo característico da cerveja. Confere ainda diversos aromas e contribui para a estabilidade da espuma. Tem ainda propriedades bactericidas e é um conservante natural, evitando a contaminação da cerveja por bactérias. O elemento mais importante do Lúpulo para a cerveja são as glândulas de lupulina, presentes somente nas plantas fêmeas. Estas glândulas possuem óleos essenciais e resinas que contribuem para o aroma e amargor da cerveja. O Lúpulo é cultivado principalmente na Europa e América do Norte.
SABIA QUE?
“OURO VERDE” EM TERRAS DE BRAGANÇA
Historicamente, nos anos 70 e 80 do século passado, a produção de Lúpulo registou uma importância significativa na economia do norte do país, principalmente nos distritos de Bragança e Braga, ao ponto de ser apelidado de “ouro verde”. O tempo e os solos transmontanos são perfeitos para o cultivo do Lúpulo, sendo uma planta que convive bem com temperaturas baixas no inverno e altas no verão.
É precisamente em Bragança que residem as duas últimas plantações nacionais de Lúpulo. “Com seis hectares cada, a produção é adquirida na totalidade pelo Super Bock Group e representa atualmente cerca de 10% das necessidades anuais da empresa”, revela Rodrigo Dahl.